Neurocientistas avisam contra o abandono da caligrafia
Todos os anos, a 23 de Janeiro, celebra-se em todo o mundo o Dia Internacional da Caligrafia. Foi iniciado em 1977 pela Associação de Fabricantes de Instrumentos de Escrita dos EUA (WIMA) para realçar a influência da caligrafia nas nossas vidas. Mesmo que os fãs de computadores elogiem as vantagens da escrita digital - os neurocientistas advertem: afastar-se da caligrafia pode prejudicar a capacidade de leitura e aprendizagem.
Uma coisa é certa: Novas capacidades digitais permitem-nos produzir textos, na vida profissional especialmente, a tal velocidade que estão cada vez mais a substituir a caligrafia. Não importa realmente – pode-se pensar – que ferramenta uma pessoa utiliza para escrever desde que a qualidade do texto esteja correcta.
diferença não termina com o texto acabado, nem: os computadores só entregam o resultado final, canetas e papel, no entanto, reflectem visivelmente o longo processo de trabalho com todas as suas fases de correcção. "Material manuscrito é melhor estruturado em termos de pensamento e conteúdo e é comprovadamente aprendido ao mesmo tempo, em contraste com o material datilografado. Acima de tudo, as novas tecnologias de escrita devem ser metodicamente colocadas e ensinadas na dosagem correcta. Continua a ser: Escrever e desenhar à mão é uma competência básica para muitas coisas, e desenvolveu e a linguagem do pensamento é bem sucedida principalmente através das capacidades motoras finas altamente complexas com a mão," diz Stephanie Ingrid Müller, educadora de arte e meios de comunicação do Instituto Mediastep em Nuremberga.
A escrita torna-o esperto
jornalista americana Anne Trubek invoca os benefícios da escrita por computador num artigo – esta ‘automática cognitiva’ que, de acordo com a sua, permite pensar o mais rapidamente possível, liberta das restrições da escrita que muitas vezes nos fazem perder a nossa linha de pensamento mesmo no meio do processo de desenvolvimento.
lguns neurocientistas especialistas são no entanto cépticos,. Eles acreditam que a renúncia à caligrafia terá consequências no que diz respeito à capacidade de ler e aprender. Marieke Longschamp e Jean-Luc Velay, dois neurocientistas do CNRS e da Universidade de Aix-Marseille, mostraram num estudo com crianças de três a cinco anos de idade que as crianças que copiam letras podem reconhecê-las novamente mais rapidamente do que o grupo de controlo, que usaram exclusivamente um teclado quando aprenderam letras. Um estudo com adultos aprendendo caracteres bengali ou tâmil produziu o mesmo resultado. O cientista Edouard Gentaz fala de uma ‘ memória física’. A ideia de recordar através do movimento teve também uma forte influência nas teorias educativas de Maria Montessori.
Teclado versus caneta
lguns cientistas vão ainda um passo mais longe. Eles assumem que não só a capacidade de leitura sofrerá,, mas também a capacidade de aprender. Os americanos Pam Mueller e Daniel Oppenheimer estudaram um grupo de 300 estudantes na Universidade de Princeton e na Universidade da Califórnia; descobriram que os estudantes que fizeram anotações manuscritas durante as aulas acharam as perguntas temáticas complexas mais fáceis de responder do que aqueles que utilizaram um computador para tomar notas. Os cientistas têm uma resposta simples a esta: notas manuais significam que o material já está mentalmente processado;, afinal, o texto deve ser significativamente condensado desde o início. Os utilizadores do teclado, contudo, tendem a digitar muito e a escrever transcrições verbais, o que impede o trabalho mental reflexivo.
Yet scientists are cautious about draw general conclusions from these initial findings: “Não há actualmente nenhum estudo que demonstre claramente que o uso de canetas ou teclados altera a nossa compreensão do texto ou padrões de pensamento,” diz Edouard Gentaz. Apesar da omnipresença dos computadores, ele ainda não acredita que a caligrafia irá desaparecer. Ele pensa que o teclado do computador é um fenómeno de transição: “Touch ecrãs e estiletes irão anunciar um renascimento da escrita gestual.” As coisas escritas à mão e desenhadas à mão são, de acordo com os cientistas do CNRS, também muito mais actuais do que muitos pensam. Design gráfico, ilustrações e caligrafia são mais populares do que nunca. Talvez isto se deva simplesmente ao facto de o que produzimos manualmente ter algo que um teclado aborrecido faz't. Como assim? o trabalho manual chega-nos a um nível emocional em vez de objectivo: comunica com charme, personalidade e imperfeição intencional.